Variar o calçado e escolher modelos adequados são dicas para manter a saúde dos pés
Os sapatos com saltos altos são os principais vilões quando falamos em problemas observados nos pés femininos. Isso porque, em nome da beleza, muitas mulheres se comprimem em calçados de formato inadequado, deixando os pezinhos sufocados.
Uma tese apresentada pela ortopedista Cibele Ressio, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), demonstrou que, a partir de 3,5 cm de salto já são observadas importantes alterações na distribuição das pressões na planta dos pés, na cadência e no desenvolvimento do passo e no caminhar de modo geral. A médica estudou até o salto de 9 cm, identificando alterações produzidas por eles, apesar de o calçado parecer confortável e não machucar.
Quanto ao bico, a parte anterior dos nossos pés (conhecida na medicina como antepé) tem o formato de um trapézio, com quatro lados. Assim, formas triangulares nos bicos não condizem com a estrutura natural do corpo humano.
O que fazer?
• A melhor forma de se afastar dos problemas causados pelos sapatos de bicos estreitos e de saltos altos é não usá-los a não ser em ocasiões especiais. Deixe-os de lado nas tarefas do dia-a-dia.
• Se o padrão estético de sua profissão exigir sapato alto, procure escolher os que têm de 3 cm a 5 cm de altura, saltos largos e firmes e modelos bem estruturados e acolchoados. A ponta dos calçados deve acomodar bem os dedos sem apertá-los demasiadamente, evitando desviá-los ou encavalá-los. Prefira os modelos de forma mais larga e ampla, como os sapatos “bico-de-pato” ou arredondados.
• O calçado deve ser confeccionado de material macio e que permita a troca de calor e suor entre o pé e o meio ambiente. Sapatos plásticos não são recomendáveis.
• Sempre que puder, opte por sapatilhas no ambiente de trabalho. Se possível, reserve os saltos altos para as ocasiões sociais mais importantes nas quais seu uso não passe de algumas horas.
• Massagear os pés e fazer exercícios de alongamento para toda a cadeia muscular posterior do corpo podem trazer conforto e prazer, mas não evitam, de forma efetiva, os malefícios que eles causam com o uso diário.
• Trocar de sapatos todos os dias é uma atitude saudável. O sapato pode respirar e se livrar da umidade que lhe foi transferida por nossos pés. Além de aumentar a vida útil do calçado, a troca diária ajuda os pés.
• É importante variar o formato da ponta (biqueira) do calçado, assim como as alturas dos saltos, lembrando que é melhor escolher aqueles menores do que 5 cm. O ideal são os saltos de 2 a 3 cm.
Há tratamentos?
O tratamento de deformidades já instaladas nos dedos e no antepé em decorrência do uso de calçados inadequados é difícil, custoso e frequentemente insatisfatório. Para esses casos resta o tratamento cirúrgico.
O tratamento de deformidades já instaladas nos dedos e no antepé em decorrência do uso de calçados inadequados é difícil, custoso e frequentemente insatisfatório. Para esses casos resta o tratamento cirúrgico.
As queixas mais frequentes relacionados ao uso de salto alto e bico fino são joanetes (deformidades dos dedões), garras dos dedos (dedos tortos e encavalados), joanete do costureiro (saliência dolorosa que aparece na face lateral do pé), calosidades plantares e queimação nos dedos e na planta dos pés. Elas também podem ocorrer em virtude de outros problemas, como uma artrite reumatóide, mas a incidência é bem menor.
Além das alterações observadas nos pés, outras regiões do corpo também são prejudicadas. A musculatura da panturrilha (barriga da perna) e a região posterior da coxa vão encurtando e comprometem a flexibilidade. Com o tempo, a situação se agrava e a pessoa já não consegue apoiar os calcanhares no chão sem sentir uma sensação desagradável de “estiramento” na panturrilha e na coxa.
O caminhar se altera e a coluna lombar começa a apresentar sinais de fadiga e dor. O sentimento de estar sempre cansada é frequente e até a quantidade de tarefas realizadas no dia pode ser reduzida.
Tornozelos, joelhos, quadris e toda coluna são afetados. Existem ainda, menos frequentes, queixas de dores no pescoço e de cabeça.
A fisioterapia é o recurso mais indicado para a readequação da musculatura, dos ligamentos e das articulações desde que ainda apresentem-se flexíveis e sem deformidades. Uma avaliação criteriosa e completa é capaz de identificar todos os pontos de encurtamento e definer a melhor estratégia.
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